Perícia de bebidas destiladas adulteradas descarta contaminação acidental e afirma que metanol foi adicionado de forma criminosa
Primeiros resultados descartam contaminação acidental de metanol em bebidas apreendidas Peritos de São Paulo concluíram que o metanol presente nas primeiras...

Primeiros resultados descartam contaminação acidental de metanol em bebidas apreendidas Peritos de São Paulo concluíram que o metanol presente nas primeiras amostras de bebidas apreendidas não estava lá por acidente. Ele foi colocado nas garrafas. O Instituto de Criminalística de São Paulo analisou amostras de bebidas apreendidas nos últimos dias em ações de fiscalização. Os peritos identificaram a presença de metanol e concluíram que a substância foi adicionada à bebida. “Era praticamente só metanol, quase não havia etanol nas garrafas. Isso permite, então, que a gente exclua essa hipótese de uma destilação mal feita, de um produto irregular de fundo de quintal, ou de lavagem de metanol das garrafas de metanol. Então, a gente está trabalhando com um produto realmente adulterado com metanol”, afirma Alexandre Learth Soares, perito criminal do Centro de Exames, Análises e Pesquisas do IC-SP. A Secretaria da Segurança Pública não informou em quais bares ou distribuidoras foram recolhidas as amostras de bebida adulterada. A contaminação por metanol tem mobilizado bares e restaurantes contra a falsificação. A Abrasel, associação que representa o setor, passou a recomendar que se quebrem as garrafas antes do descarte. Em um bar em São Paulo, a máquina quebra as garrafas e os cacos caem diretamente nos tambores. Essa rotina já tem dois anos. Por semana, o bar encaminha para reciclagem mais de 300kg de vidro. “Não corremos o risco de acidentes, não corre o risco de ficar cacos espalhados por ambientes da casa. Você fica tranquilo porque sabe que esse material não vai ser reutilizado e de uma maneira segura”, diz o gerente do bar Artêmio de Lara. Uma cooperativa de reciclagem tem uma parceria com a Associação Brasileira de Bebidas para evitar que os recipientes cheguem às mãos de falsificadores. A cooperativa recebe, todos os dias, garrafas de quase 300 bares da Grande São Paulo. Elas chegam em caminhões e são despejadas no galpão, todas misturadas. A primeira etapa do processo de reciclagem é fazer a separação, pela cor do vidro e pelo tipo de bebida. As garrafas de destilados e de vinhos vão direto para o triturador. “Depois disso, só você enviar para a indústria e vira vidro de novo. Ou seja, você garante o destino final e que esse vidro não vai para falsificação”, diz Wilson Santos Pereira, presidente da Cooper Vira-Lata. Na terça-feira (7), a polícia apreendeu mais de 100 mil garrafas usadas em um galpão clandestino na Zona Leste de São Paulo. O local foi interditado. Os donos negam irregularidades. Na Região Metropolitana de Curitiba, dois homens foram presos com 300 mil garrafas vazias de bebidas importadas. Segundo a polícia, o material foi destruído. O presidente da Associação Brasileira de Eventos já reforçou ao setor a importância de controlar o descarte das garrafas. “Que faça a orientação para os profissionais que vão manusear a bebida, que recolha todas essas bebidas, faça uma contagem e que depois envie para um lugar adequado para o descarte”, afirma Ricardo Dias, presidente da Abrafesta, Associação Brasileira de Eventos. Perícia de bebidas destiladas adulteradas descarta contaminação acidental e afirma que metanol foi adicionado de forma criminosa Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM Intoxicação por metanol: por dentro do mercado clandestino de lacres falsos, tampas e garrafas de bebidas alcoólicas Metanol em bebidas alcoólicas: veja o que se sabe até agora sobre casos de intoxicação Intoxicações por metanol: conheça o antídoto usado pelos médicos