cover
Tocando Agora:

Após derrota em MP, líder do governo teme 'irracionalidade' por 2026, mas diz que Fazenda 'tem ferramentas'

Lula diz que é 'pobreza de espírito' misturar votação de MP com questões eleitorais Após a derrota do governo imposta pela Câmara na medida provisória q...

Após derrota em MP, líder do governo teme 'irracionalidade' por 2026, mas diz que Fazenda 'tem ferramentas'
Após derrota em MP, líder do governo teme 'irracionalidade' por 2026, mas diz que Fazenda 'tem ferramentas' (Foto: Reprodução)

Lula diz que é 'pobreza de espírito' misturar votação de MP com questões eleitorais Após a derrota do governo imposta pela Câmara na medida provisória que compensaria o aumento do IOF, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), diz ver uma "irracionalidade" na decisão e afirma que o país "vive um momento pré-eleitoral antes da hora." "Acho que bateu uma agonia do lado de lá [da oposição]", disse. "Daqui pra frente, tudo que vier é conta eleitoral." Ao longo do dia, governistas identificaram que o Centrão iria votar contra a medida provisória por entenderem que isso traria um capital político ao presidente Lula. O entendimento é que o Congresso já tinha dado uma vitória ao Planalto após a aprovação do projeto de isenção do imposto de renda, na semana passada. Por isso, partidos como o PP e o União fecharam questão contra a MP e o PSD orientou contra a proposta. A medida poderia render um alívio fiscal de mais de R$ 30 bilhões para o governo no ano que vem, mas Jaques Wagner afirma que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, terá ferramentas para compensar essa perda. Segundo ele, contudo, as possíveis escolhas ainda não foram submetidas ao presidente Lula. "Ferramenta, a Fazenda tem várias", disse. O líder afirma, ainda, que alguns senadores levantaram a possibilidade de incluir pontos da MP no projeto de isenção do imposto de renda, que agora tramita no Senado. A avaliação, contudo, é que isso poderia agravar uma "guerra" com a Câmara dos Deputados, além de dificultar a aprovação de um projeto popular para o governo. O relator da matéria, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que ainda não estudou a possibilidade. Wagner não descartou a possibilidade da edição de um decreto presidencial. "Se vai ser decreto ou não, cenas dos próximos capítulos." Mas o líder do governo avalia que não há espaço para a judicialização da derrubada da medida provisória, como o governo fez anteriormente com a derrubada do decreto do IOF. "Não pode judicializar a caducidade de uma MP, é um direito do Congresso deixar caducar ou até rejeitar. O governo vai ter que construir alternativas", disse. Além disso, Wagner defende que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 só deve acontecer após a solução para a previsão orçamentária que estava na medida provisória. No mesmo dia, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que o aumento do IOF pode ser uma alternativa à derrubada da MP. "Ainda não conversei com Haddad. Se a MP é rejeitada ou caducada, é natural que [aumento] do IOF volte como alternativa. Temos que fechar uma conta. Tem uma conta, do governo passado, uma PEC que aumenta as despesas do Fundeb. A Câmara tem que dizer, junto com o Congresso, quais são as alternativas", disse.